Liberdade, Religião e bom senso
Liberdade, Religião e bom senso
Existe muitas vezes um conflito interior de como lidar com a pressão que família e amigos fazem sobre como deveria ou não mostrar o Islam á minha filha.
Eu cresci num meio não muçulmano, tenho amigos (a maioria) que não são muçulmanos, a minha família também nao é lá muuuito practicante. Assim como houve conflitos quando quis começar a usar o hijab, existe esses comentários :
“Não vais obriga-la a usar o hijab pois não? “ “Será que ela não poderá comer isto quando for grande, vão obrigar a miuda também?”
Poderá isto, poderá aquilo, nao vestirá assim, vestirá assado, cozido e frito bla bla bla
Se também passas por isto sabes que é necessário ter muita paciência e auto-control.
Se eu não como porco, não bebo alcóol, não ponho mini-saias ou roupas justas e decotes é por livre e espontânea vontade. Quando fiz a conversão, foi de livre vontade. Desejo do fundo do meu coração que a minha filha siga os meus passos. Claro! É isto que considero o mais correcto.
Saber relevar certos comentários, ignorar ou responder à letra dependendo da minha paciência é necessário. As vezes explicar que dadas restrições não nos fazem falta e são prejudiciais como o alcóol, cigarro ou o jogo. Para quê ensinar ou incentivar isso a ela??
Porque não mostrar ou incentivar o uso do hijab ou a leitura do ‘Quran ?
MAS CLARO QUE NÃO OBRIGAREI ELA A NADA! NÃO TEM VALOR O HIJAB QUE É USADO À FORÇA!
Sei muito bem as consequências de uma educação estricta. Vi colegas minhas saindo de casa com uma roupa e chegando na escola com outra roupa. Ou dizendo aos pais que faziam o Jejum e mal saiam de casa na seguinte esquina tiravam o hijab e iam comprar comida ou iam de biquini na praia etc...
Tem que ser na base da sincerade, diálogo. A criança tem de aprender e querer fazer. Não vale a pena obriga-la a usar o hijab , a vestir assim ou assado se assim que se vê longe de mim faz o contrário.
Vou mostrar, explicar o porquê de se fazer de dada forma e é aquela a mais correcta. Vou zangar sim se vir que faz errado, tentar emendar uma e outra vez. Mas há limites.
Chega numa idade em que não vale a pena obrigar, ser muito estrito, impor muuitas regras. Ela se sentirá como um passarinho engaiolado e na primeira oportunidade fugirá e fará pior.
Devemos impor regras, limites e tudo mais mas com certo carinho e dando uma certa RESPONSABILIDADE E LIBERDADE AOS POUCOS .
Ela quererá mostrar que é digna de essa confiança que os pais lhe deram e assim vai. Digo isto por experiência própria. Quando na primária, acho que no terceiro ou quarto ano a minha mãe deu-me as chaves de casa eu me senti bem feliz orgulhosa por já ter as chaves de casa. Ou quando ia sozinha as compras.
Nunca me obrigaram a seguir dada religião, nem em acreditar em Deus. Isso aconteceu de uma forma bem fluida, vendo os meus pais falando sobre. Então assim como fui educada e criada quero educar a minha filha.
Falando, conversando com ela, talvez ela sozinha queira seguir o Islam também.
Esse é o meu sonho.